sexta-feira, 24 de julho de 2009

Dois meses depois...

Já vi dias de sol, dias chuvosos, dias pretos e dias claros. Já passei o dia todo de pijama em frente a TV e já passei o dia todo andando pela cidade. Já “tomei banho de sol” no parque St Stephen’s Green e já tomei chuva voltando da balada.

Já fiz compras, já peguei cestas básicas, já quase fui atropelada, já tive dor de barriga, já fiquei de mau-humor, já dancei loucamente, já ouvi música Irish no Temple Bar, já comi feijão doce, já vi ovelhas, já entreguei curriculuns, já fiz entrevista de emprego, já comi um churrasco feito dentro de um ap, já lavei muitas louças e roupas e já fui pra Londres.

60 dias pode parecer pouco quando você faz planos: “há, dois meses voa” ou “preciso de mais do que dois meses para entregar esse projeto”. Agora, eu acho que dois meses é tempo pra caramba. Dois meses sem meu namorado, sem minha família e meus amigos. Dois meses que eu estou “em hold”.

A sensação é a de que estou adiando a minha vida. É como se ela estivesse num estágio de “férias” em que eu viajo, conheço lugares, pessoas e tenho experiência de vida que serão úteis para minha “vida de verdade” que vai recomeçar em 2.010.

Pode ser que minha opinião ainda mude mas, por enquanto minha conclusão é a de que o ser humano é um bicho muito estranho. Seja em Dublin, em São Paulo, em Taubaté ou em Londres. A única coisa que muda é o cenário.

Dublin é a “cidade dos estrangeiros”. De uma esquina a outra é possivel escutar uns cinco idiomas diferentes. Londres é a cidade do turismo. Uma confusão de carros, pessoas e barulhos num centro histórico e hiper movimentado. Taubaté é a típica cidade do interior enquanto São Paulo é o lado business do Brasil.

Em todos esses cantos do mundo há os mais tímidos, os engravatados, os roqueiros, os punks, as famílias e os adolescentes. Esses últimos, por sinal, são um caso a parte na capital Irlandesa.

É durante a noite que as bizarrices ficam ainda mais evidente. As irlandesas vão para balada vestida “para matar”. Um penteado mais doido que o outro, nuns vestidos curtérrimos elas gritam pela rua e dançam loucamente ao som de qualquer coisa.

Tão incrível quanto é tentar falar inglês durante a aula. A classe tem cerca de 15 alunos sendo uns 06 Brasileiros, uns 04 das ilhas Maurício, 03 Russos, 01 Romena e 01 Venezuelana.

Nossos momentos de “speak” parecem um ruído: vários sotaques tentando falar inglês ao mesmo tempo: crazy! Já fazem dois meses que estou aqui e ainda não conheci nenhum irlandês além do meu vizinho que, ainda por cima, nem é de Dublin. Ele nasceu em Cork e está em Dublin há tanto tempo quanto eu.

Pessoas são mesmo um bicho estranho!