segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Faz tempo...

Faz tempo que já não ouço mais a tua voz, que já não te escuto me chamar de paixão e nem tiro sarro do seu sotaque caipira.
Faz tanto tempo que não aperto tua bochecha rosada, que não te abraço apertado e que não sinto você mexer no meu anel enquanto segura minha mão.
Faz tempo que a gente não corre na chuva, que a gente não dança, que não faz pose para a foto e que não saímos de fininho da sala pra ficarmos sozinhos.
Faz tempo. Muito tempo. E a sensação ainda é a de que eu vou acordar e receber uma ligação sua. Que eu vou viajar as 9 horas de ônibus pra te ver me esperando na rodoviária.
Mesmo tendo passado tanto tempo ainda é difícil passar meu aniversário sem que você cumpra nosso ritual e me dê os parabéns e igualmente estranho não te ligar no 18 de agosto.
É tão difícil encarar a realidade e me dar conta de que nada disso vai acontecer de novo. Dá um aperto no coração só de pensar que eu nunca mais vou te ver de novo.
Dá um nó na garganta pensar em você. Várias vezes ao dia me pego rindo sozinha lembrando dos nossos momentos, lembrando de você. Ao mesmo tempo me dá uma raiva, pois não tivemos tempo. Você não teve tempo.
E eu que achei que envelheceria ao seu lado, rindo das suas piadas sem graça to me dando conta de que ficar velha é um saco. Ser gente grande não tem graça nenhuma.
Se eu encontrasse uma lâmpada mágica agora eu faria um único pedido. Voltar no dia 14 de julho de 2001 e ficar por ali, enganchada no teu braço, de vestido branco e com seu paletó.

Você me faz tanta falta!