sexta-feira, 21 de junho de 2013

Sobre as manifestações

A verdade é que eu não sei mais o que pensar. Leio e concordo com algumas opiniões que a principio parecem contraditórias. O que passa pela minha cabeça agora é que se não fossem as violências baratas da policia naquela quinta-feira em São Paulo nada disso tomaria essa proporção.

Eu li em algum blog que “Ou você é de direita ou de esquerda. Centro só o da cidade”. Ai é que está, eu não tenho lado. Sou menos preocupada com política por causa disso? Eu acredito na liberdade de escolha e na convivência amigável. Eu prefiro votar de acordo com as propostas e com a índole de cada candidato. Estou errada?

Essas manifestações aumentaram muito. A pauta do MPL em São Paulo era o transporte. Não só a revogação do aumento, mas o que isso representa: melhores condições dos ônibus, das vias, aumento do numero de linhas, etc. Ou seja, mobilidade urbana.

Com isso eu concordo e apoio. Nunca fui à rua, mas sei que eles vão há muito tempo. Eu sempre respeitei e não me importaria com o trânsito se esse fosse o motivo. As cenas de violência, principalmente aos jornalistas, instigaram o resto da população a querer brigar também. Até aí acho justo.

Acho perfeitamente compreensível que a esquerda e a direita caminhem lado a lado contra a violência, por exemplo. Cada um com a sua preferência, cada um com a sua bandeira por uma meta em comum. Por isso, acredito que manifestações tem sim que ser apartidárias (NUNCA antipartidárias). Mas, isso não significa que o partido não possa levar sua bandeira. Acho que tem espaço para verde, amarelo, azul ou vermelho. O foco continua sendo o mesmo: transporte.

Independente do partido que está no poder hoje o transporte público deixa a desejar e afeta gregos e troianos. Será que não é possível que pessoas que não concordam em algumas ideologias não possam marchar juntos, já que assunto afeta ambos?

Nunca foram só 0,20 centavos. Mas, também nunca foi briga política. Acho que a batalha levantada pelo MPL está vencida, pelo menos em São Paulo. Entretanto, a guerra não está ganha. R$ 3 ainda é caro para um transporte tão nulo como é o caso daqui de São José dos Campos. Muitas melhorias ainda precisam ser cobradas.

Contudo o desencontro de hoje me faz acreditar que está na hora de dar um passo para trás, de voltar cada um para sua casa, colocar a cabeça no travesseiro e pensar em temas pautáveis para serem discutidos e cobrados.

Não adianta ir para rua, cantar o hino nacional e achar que acabou de voltar de uma balada. Não faz sentido pedir a prisão dos mensaleiros e agir de forma corrupta em suas vidas. É completamente sem noção pedir o fim da PEC 37 se você não sabe ao certo o que é uma PEC. Está se tornando uma modinha ir pra rua para... ? para que mesmo?

Agora, outra coisa é bem verdade, nossa presidenta não está agindo como “chefe”. Ela não deu as caras. Não falou ao vivo. E não abriu espaço para que uma comissão apresentasse as reivindicações de cada Estado. Ela poderia ser do PT, do PSDB, do PPS, do PSTU ou de qualquer outro partido, ainda assim eu estaria questionando sua atitude.

Aonde isso tudo vai dar? Será que o MPL tinha noção do tamanho que isso tudo chegaria? Confesso que estou desacreditada e um tanto quanto pessimista. Quando eu soube que amigos tinham sido presos injustamente em São Paulo eu quis estar lá, mas quando a manifestação chegou à São José eu não fui. Não tive vontade de lutar por uma causa que eu não sei bem qual é.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Voltamos a ditadura?

Eu não estava em São Paulo durante as manifestações. Da mesma forma, eu não estava presente quando a ditadura perseguia àqueles que expressavam sua opinião. Mas, mesmo assim me solidarizo com a causa em ambos os casos e, mais ainda, com todos aqueles que, mesmo enfrentando os riscos que uma polícia fascista oferece, estão lá lutando por aquilo que acreditam, por aquilo que todo o povo brasileiro deveria acreditar.

Não é um simples aumento de 0,20 centavos. Muito menos é uma tentativa de se promover politicamente. São estudantes, professores, metalúrgicos, faxineiros, ou seja, são trabalhadores indignados com o rumo com que esse país está tomando.

Sinto-me envergonhada de ser brasileira, de ver que a polícia, que supostamente deveria proteger, está ali para bater, castigar e oprimir. Seguindo ordens? E o livre arbítrio de simplesmente negar quando nos é passado uma tarefa que ultrapassa os limites éticos? Eles precisam aprender a dizer não.

A manifestação, por qualquer motivo que seja, é digna. Vivemos numa democracia ou não? Qualquer cidadão tem o direito de discordar e mostrar sua opinião. E quando a opinião não é de um, mas de milhares significa, no mínimo, que alguma razão eles têm.

A juventude tem força. Pessoas reunidas, em massa, mostram sua força nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Enquanto os ditos baderneiros levantam os braços, clamam pelo fim da violência e jogam flores nos policias, esses respondem com balas de borracha, sprays e porradas. Gentileza deveria gerar gentileza.

A mídia, que deveria ser imparcial e se ater aos fatos, está claramente mostrando apenas uma versão e dando manchetes que colocam os manifestantes como arruaceiros. Mas, graças aos avanços tecnológicos, a grande mídia não é a única fonte de informação. Blogs, vídeos, facebook, twitter, e demais recursos midiáticos ganham cada vez mais força e desmentem, em questões de segundos, os que os grandes veículos publicam como verdade absoluta.

Seria no mínimo interessante se todos os movimentos se unissem nesse momento e, com o apoio da própria policia, gritassem não só contra o aumento da passagem, mas contra a porcaria que esse país está se tornando. Preocupa-se muito com a copa das confederações, copa do mundo e olimpíada e esquece-se que o Brasil precisa se desenvolver não por causa desses eventos, mas porque o povo merece.

Quero deixar registrada minha solidariedade para com todos àqueles que saem de suas casas e unidos tentam lutar por um Brasil melhor. Registro também minha indignação em relação a violência gratuita praticada pela polícia e em relação as prisões descabidas, em especial dos jornalistas e amigos. #força