sábado, 21 de novembro de 2009


Tristão e Isolda


A volta ao palco deveria ser com uma história sobre a difícil tarefa de planejar uma viagem, ou melhor, um mochilão. Estava adiando pensar no assunto por preguiça, falta de saco, mal-humor e até medo de não conseguir escrever da forma como eu gostaria.
Sem muito esforço o “bloqueio” foi embora numa das minhas noites de insônia. God bless the Internet. Sem esse conglomerado de redes não seria possível assistir a seriados, filmes e shows: minha companhia durante a madrugada.
O calendário/relógio do meu computador já advertia: 2h20am do meu último sábado como babá do pequeno monstro. Private Practice: checked. Greys Anatomy: checked. E agora? Nada do sono dar sinais de que estava a caminho. A solução foi caçar filmes gratuitos online.
Por sugestão de uma amiga, a pedida seria a história do Jean Charles, que até já comentei aqui mas não cheguei a assistir. A busca foi frustrada, mas no meio do caminho encontrei outro filme brasileiro que chamou atenção pelo nome: Romance.

Tudo bem que eu estou “fechada para balanço” e desacreditada de qualquer coisa relacionada a sentimento. Como uma boa canceriana (ainda romântica, mas lutando contra) o botãozinho “clique aqui para assistir o filme” piscou 100 vezes em todas as cores imagináveis.
Lá estava eu, inspirada pelo começo do filme que by the way, é uma mistura de cenas, fotos e poema que lembrou muito o meu TCC. “O nosso documentário é poético”, como diria minha amiga e companheira Vivi. Acho que foi exatamente isso o que prendeu minha atenção: a poesia.
Poucas pessoas conhecem a história de Tristão e Isolda, mas foi a partir dela que todos os épicos românticos nasceram. Até Shakespeare se inspirou na tragédia do século XII para escrever Romeu e Julieta.

Quando me dei conta de que o amor trágico entre o cavaleiro e a princesa Irlandesa, retratados lindamente por Letícia Sabatella e Wagner Moura, renderiam um post, peguei o pedaço de papel e a caneta que estavam mais próximos e me preparei para rabiscar ideias. Porém, num determinado momento eu já não escrevia mais nada, estava com os olhos fixos na tela do computador.

Fazia algum tempo que eu não me perguntava sobre o amor e o que dele é feito. “Sem sofrimento não há romance”. Será? Será que todo amor precisa ser como o de Tristão e Isolda? Será que não existe uma felicidade reciproca? Fácil?
Mas, como eu disse, estou definitivamente fechada para balanço. Minha dúzia de inquisições about this is done. I'm done. Minhas forças estão concentradas nas descobertas do mundo. Na maravilha que é perceber que existem pessoas diferentes, costumes completamente distintos e como eu adoro fazer parte de vários mundos.

Esse é o último relato dessa viajante (em todos os sentidos dessa palavra) por, pelo menos, 20 dias. Estou indo mochilar pela Europa. Bélgica, Holanda, Alemanha, Suécia e Noruega. Ufa. Foi doloroso mas o roteiro está pronto, foi uma tarefa difícil decidir quantos e quais dias em cada lugar, reservar hostels, transporte, calcular despesas e fazer a mala.
Depois do meu TCC essa foi uma das coisas mais trabalhosas e prazerosas que eu fiz: programar algo que me faria/fará feliz. Fechar as malas nunca foi tão emocionante. Ainda mais porque malas prontas é sinônimo de mudança e, nesse caso, no sentido físico da palavra, quando voltar a Dublin tenho um novo emprego me esperando, uma nova família e duas menininhas lindas para eu tomar conta.

A paixão há de ser como a noite................. eterna!”