terça-feira, 23 de abril de 2013

Vida de #gentegrande

Quando eu tinha meus 12, 13 anos não entendia quando os “mais velhos” diziam para eu aproveitar bastante que essa era a melhor fase da minha vida. Eu pensava: “que gente doida. Como é que poder ser bom se eu não posso dirigir, não posso fazer nada sem pedir permissão e ainda tenho que ir pra escola?”. Pois bem. Agora entendo o que essa gente louca queria dizer. Agora sinto na pele as obrigações do dia a dia arderem.


fonte: google.com

Quando eu brincava de casinha a vida das minhas bonecas pareciam tão fáceis. Elas estavam sempre se arrumando para alguma festa, felizes e saltitantes. Como seria bom se a vida de verdade fosse assim como nas histórias de faz de conta.

Me lembro de, a cada brincadeira, incorporar um personagem. Ora eu era a princesa, ora a dona de casa, vez ou outra fazia o papel de filha. E os diálogos. Ah, como podem as crianças terem tanta imaginação para criar falas, hein?! E era bom. Agora eu vejo que era bom.

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O meu presente de nada tem a ver com as brincadeiras. Acordo cedo, agüento pressão no trabalho, escrevo, deleto, fotografo, copio, rio, choro e quando chego em casa ainda tem a roupa pra lavar, o banheiro pra limpar e as louças para guardar. É, ninguém me contou que ser gente grande dava tanto trabalho.

Não é a primeira vez que saio de casa. Já morei longe das mordomias da casa da mamãe outras duas vezes. Mas, nenhuma delas teve o peso e a seriedade desta. Deixei meu lar para morar com um rapaz. (AHHHHHHHHHHHH!)

Não casei. Só juntei. Ou, como diz a minha querida avó, fui viver em pecado. Na verdade simplesmente unimos o útil ao agradável. Não fazia mais sentido ele no Rio e eu em Tté e como é a mulher quem manda (rs!) ele quem veio pra cá e, meio que na correria, alugamos um apê já mobiliado, ajeitamos aqui e ali e pronto, as escovas de dente estavam ocupando o mesmo lugar.

Essa foi a parte fácil. O resto é que é difícil. Fazer compras, limpar, cozinhar, lavar, organizar. Ou seja, viramos gente grande. Ou melhor, estamos aprendendo, JUNTOS, a viver como gente grande.

Eu, que sempre fui muito organizada com as minhas coisas, to percebendo que “planejamento familiar” não é tão simples quanto parece. A comida acaba e não aparece misteriosamente no armário. Se a gente não se programa para, mesmo cansados, cuidar da casa, quem é que vai cuidar?

#sergentegrandeédifícil #casanova #vidanova #vidadegentegrande