terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mudança (s)

Um certo dia acordei e me perguntei o que eu queria da minha vida. Pasmem, eu não soube responder. Ou melhor, tinha muitos caminhos, muitos “se's”, muitas ideias e nadica de nada planejado. Para mim, que sempre fui a certinha que coloca tudo no papel, isso era inadmissível.

Pois bem, era! Acho que o ar do primeiro mundo está fazendo efeito e eu estou evoluindo. Estou me permitindo mudar de roupa, de discurso, de preferências, de decisões. Se até Plutão deixou de ser planeta a minha vidinha também pode “deixar de ser” ou “vir a ser” quando eu bem entender.

O que eu achei que seria o meu futuro hoje são páginas rabiscadas e eu não estou triste por isso, pelo contrário, os meios foram difíceis mas o fim se justifica. Ou melhor, o “recomeço” porque isso de nada tem haver com fim.

Estou exausta de tentar desvendar os motivos e sofrer por antecedência a cada acontecimento. Cansei de ser canceriana. Posso mudar para uma mistura de Áries com Leão? Mas só em alguns momentos porque quando o assunto é carinho quero a meiguice do câncer de novo.

Acho que o primeiro passo eu dei. Mudei meu segundo nome para “comunicação,”o que já me rendeu ótimos momentos. Já abri meu coração e já dei meu ombro. Estou ciente de que cada pessoa que passa pela minha vida deixa um bocadinho de lição. As vezes ruins (não repita!) e outras muito boas (posso copiar?).

Definitivamente a Ná que vai voltar para o Brasil (algum dia) não é a mesma que saiu. Eu já sei, por exemplo, que ninguém tem uma bola de cristal 24h por dia para saber o que eu estou pensando ou sentindo e que se eu não dizer/reclamar/contar ninguém vai adivinhar.

Eu perdi o medo de arriscar mesmo que a queda venha a ser grande. “Let it be”, já diziam os Beatles. Voltar para o Brasil em janeiro já ficou para história, viajar em dezembro no inverno europeu é ideia abandonada, continuar cuidando do pentelho tem prazo de validade, mudar-me para o centro é agora a prioridade.

“Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher...... mas sou minha, só minha e não de quem quiser”. Estava finalizando o texto quando ouvi a Cássia Eller cantando esse trecho, e como a insônia tá braba hoje vale a pena mais um(s) paragrafo(s).

Ela ainda continuou cantando “Não penso em me vingar. Não sou assim...”. Acho que é exatamente essa a mudança que eu sinto em mim mesma. Ao mesmo tempo em que aprendi a valorizar minha liberdade, não esqueci minha raiz. Ainda acredito que as pessoas são melhores do que elas realmente são e ainda espero respostas, mas isso não consta mais na minha lista de pendências. Tem todo um mundo colorido na minha frente. Meus olhos estão abertos e a sensação é fenomenal.

4 comentários:

  1. Natália,
    acho ótimo você se reformular, se (re)descobrir... Pelo seu rostinho, você é bem jovem. Acredite: você fará muitas outras observações e muitas outras mudanças de percurso em sua vida. Você era de anotar e programar tudo em sua vida? Mas que canceriana mas virginiana! É melhor levar a vida na base daquela canção do Paul que diz: "live and let live" (Live and let die, tema de 007).
    Mas um de seus belos textos, solares, que parecem ter como trilha sonora uma canção com muitos metais, de dar vontade de dançar no meio da rua, como nos musicais da Metro.
    Carpe Diem. Aproveite LITERALMENTE o dia e a vida.

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  2. Mocinha, mocinha! Mudanças são ótimas, mas é pra vc voltar heim????
    Sem desculpas...
    Tô morrendo de saudades de vc!
    Beijos!

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  3. Gata, tô adorando essa sua fase de reflexão e mudanças! Sempre falo que a vida programada é sem graça, afinal, a gente já sabe o que vem pela frente. E isso não é nada interessante!
    O bom é a surpresa, o inesperado!
    Vida a vida sem pensar na agenda mesmo! E não é só porque você está aí no primeiro mundo, não! É em qualquer lugar! E isso te dá a deixa para voltar pelo menos para uma visita, certo? Rs...

    Bjo grande!

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  4. Poxa, Ná, que delícia de post.

    Me sinto exatamente igual, sem idéia do que vem pela frente. Mas, no meu caso, isso me deixa meio deprê. Vejo todo mundo fazendo planos, e eu perdida!

    Por um lado isso é bom, exatamente pelo ponto que a Nina, aí em cima, apontou. Também acho que uma vida planejada perde a graça...

    Certeza que essa viagem está te fazendo super bem. A pressão do mercado de trabalho, a rotina, a poluição, o trânsito, o individualismo... São Paulo não é um lugar saudável..

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