São Luís já foi melhor. Foi-se o tempo em que pular pelas ruas da cidade vestida de chita era uma tradição familiar. Hoje o carnaval luizense tomou uma proporção fora do normal. É mais bagunça, sujeira, brigas e menos brincadeiras.
Salvo os 2 anos que estive fora do Brasil, desde que eu me conheço por gente passo meus carnavais em meio as marchinhas de São Luis. Acompanhar os blocos por entre os paralelepípedos do centro histórico costumava ser algo naturalmente proveitoso.
Esse ano a Skol invadiu São Luis e o carnaval, antes tão popular e simples, passou a ser uma mercadoria. Pouco antes da festa deste ano circulou nas redes sociais um boato de que essa marca de cerveja traria para São Luis diversas atrações, ALÉM das famosas marchinhas.
Pronto, daí eu já vi que a atual administração da prefeitura da cidade tinha vendido o carnaval. E não fui só eu. Um bando de foliões esperneou e a Skol voltou atrás e manteve o carnaval com a programação habitual: as marchinhas luizenses.
Eu entendo que a cidade precisa de estrutura, ou seja, precisa de dinheiro e que patrocínios são necessários. Mas, na minha humilde opinião, a essência do carnaval, ou de seja lá o que for que há de ser patrocinado, deve ser preservado.
Já pensei inclusive na hipótese de eu ter ido à São Luis este ano com o pé atrás e, por esse motivo, achei tudo “errado”. Mas não é só isso. A vibe do carnaval tá diferente.
Este ano quase não vi crianças fantasiadas brincando pelas ruas. Não fui atrás dos blocos, pois discordo do novo percurso. Não tive saco para ir muitas vezes a praça de eventos, pois sou adepta dos carnavais antigos. Pra mim a banda tem que tocar no coreto, de frente para a matriz.
Cheguei a pensar também que isso tudo é opinião de uma velha que já não agüenta a bagunça de carnaval. Mas não. Esse ano tava tudo diferente. Hoje o carnaval de São Luis virou um produto e atraiu pessoas que não conhecem a cultura de marchinhas e, muito menos, estão dispostos a simplesmente brincar.
Não estou dizendo que no passado não haviam brigas, sujeiras e bebedeiras. Isso é característico de qualquer festa de grande porte. Mas, esse ano tava estranho. Eu não vi bloquinhos se formando nas esquinas e não vi letras espontâneas sendo criadas pelos foliões.
Não vi, não curti, não vivi o carnaval como costumava ver e viver. E o carnaval passou, só eu não vi.
Ai que saudade que eu tenho! |
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