terça-feira, 13 de outubro de 2009

Surreal

Faz mais de uma semana que voltei a realidade. E faz esse mesmo tempo que estou com uma página de um word improvisado aberta tentando escrever sobre minha experiência no Oktoberfest. Por que é tão difícil falar sobre isso? Cheguei a conclusão de que não há palavras que descrevam a mistura de sensações, culturas e loucuras que aconteceram por lá.
Eu até poderia contar o passo a passo. Aquela velha história de que saí de casa, entrei no ônibus, chegamos ao aeroporto, decolamos, chegamos a Munique, arrumamos um hotel, festa, cidade, comida, cama, banho, festa, fim dos dias pagos no hotel, noite na estação de trem, caminho de volta a Dublin.
Pronto, tudo num único paragrafo. Mas a viagem não foi isso. A começar que quase não fui. Acho que eu teria chorado da quinta ao domingo se não tivesse conseguido sair dessa fazenda. A culpa foi minha. Fui eu quem demorou a avisar que precisaria de um dia a mais de folga. Tudo resolvido, mala arrumada e ticket impresso. Aí vamos nós.
A primeira impressão foi a de que estava numa festa de bairro de Taubaté. Pois é. Tinha parquinho e barraquinhas com comidas típicas. Eu achei que estava numa festa junina do São João lá na minha cidade e só faltava a música popular brasileira. Foi aí que vimos os barracões.
Dentro daquelas tendas gigantes é que tudo se tornou estranho e incrivelmente maravilhoso. A festa era “da cerveja” e, apesar de ter aos montes, o intuito ia muito além do “ficar bêbado”. Fiz amizades com americanos, espanhóis, mexicanos, franceses, alemães e até palestinos. Foi uma troca de experiências, de modos de vida e de energia.
Sabe quando você pula, brinca, se diverte e sente como se fosse uma criança com um brinquedo novo? Eu queria subir naqueles bancos e só pular, pular e pular ao som de “i am prosting”. Foram quatro dias em que estivemos num universo paralelo, onde tudo era permitido e eu fui eu mesma com um sorriso gigante.
O saldo dessa brincadeira foi uma rouquidão de tanto gritar, uma gripe acompanhada de uma maldita herpes por culpa da noite no chão gelado da estação do trem, uma parceria querida, vários facebooks, fotos e uma sensação de quero mais e logo.

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