quarta-feira, 6 de abril de 2011


E tudo acaba em música

Os últimos minutos do episódio anterior foram de arregalar os olhos. Tudo caminhava bem, a lésbica grávida do melhor amigo, a ex do melhor amigo encontrando conforto no bonitão, a loirinha bonitinha se deixando levar pela cara de malandro do Dr. Karev. E assim ia o drama semanal de Greys’Anatomy, comigo de público fiel, ligada no computador sem piscar.
A minha última fala foi: “bota o cinto, ta na cara que alguma coisa vai acontecer”. Dito e feito. Um caminhão bate no carro arrastando a grávida, que estava sem cinto (claro! Senão não seria drama) até o capô do carro. A seqüência? Senta, chora e espera até a próxima semana.
Eu e as minhas séries temos um caso muito sério. Não é um flerte, uma paixãozinha qualquer, é amor mesmo. Daqueles de tirar o fôlego, aquela coisa de adolescente em que um não vive sem o outro.
Em cada série eu me identifico com um ou dois personagens e, dependendo do episódio, eu sou todas. Desde que fui apresentada ä Sky pelo meu padrasto não desgrudava meus olhos da TV. Sabia todos os horários e aí de quem me interrompesse no meio de Gilmore Girls ou Dawson’s Creek.
Sim, eu sou aquela chata que só marca compromisso antes ou depois do seriado. Quando saí do Brasil descobri um site, o Project Free TV, que têm sido minha companhia desde então. Claro, minha lista de TV Shows preferidos aumentaram, minha vida social diminuiu e minha dependência da internet se tornou absurda.
Bom, o lance agora é que todos os seriados resolverão incorporar os musicais. Acho que todos os autores resolveram copiar a moda Glee e enfiar um personagem ou outro cantando. Acontece que tudo tem um limite. Imagina transformar Dr House num cantor de Cabaré?!? Tanto House quando Grey’s Anatomy fizeram dos personagens músicos por um dia. Sim, eu entendo que a idéia era demonstrar o estado psicológico em que Cuddy e Callie estavam. Ambas entre a vida e a morte vendo o mundo por entre notas musicais.
Em House foi divertido. Hugh Lauren é excepcional. Interpreta qualquer humor de House com os pés nas costas. E deve ser difícil ser Dr Gregory House. Mas, em Greys acho que foi too much. Depois de uma semana de espera achei que tinha apertado o play no programa errado. Concordo que as musicas foram muito bem escolhidas, mas a sensação foi a de que faltou um final. Parece que Dra Torres acordou do coma magicamente.
Eu, como fã do seriado, passei os 40 e poucos minutos esperando por alguma coisa com o feeling de que ainda falta Meredith e suas opiniões dramáticas, ou cenas hiper emocionantes. Não, tudo acabou em música. Pelo menos até o próximo episódio.

Um comentário:

  1. Ótimo, Ná!
    Concordo em gênero, número e grau!

    Aliás, saiu na Folha de hoje uma nota falando da moda Glee nas séries (acho que o episódio musical do House ia passar hoje, algo assim). E daí lembrei que ainda não tinha lido seu post.

    Concordo tb com:
    "Em House foi divertido. Hugh Lauren é excepcional."

    E não sei se foi impressão, sou bem tapada artisticamente. Mas eram os atores de Grey's mesmo que estavam cantando? Tinha alguma coisa muito estranha naquela cantoria, que não combinava nada com o tom de voz habitual dos atores.

    Geralmente eu gosto de musicais. Os episódios que tinham momentos cantados em The Office, por exemplo, são os meus favoritos.

    Mas um episódio inteiro, 40 min de música é way too much.

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