A cada ciclo que se fecha fica a sensação de “e agora?”. Até os 15 é festa, depois vem a “aborrecência” e o mundo parece que vai acabar todo dia, ai entra a faculdade, a vida adulta bate na porta e com ela os prazeres e deveres, depois o primeiro emprego, o casamento, os filhos e por aí vai.
A minha fase “festa” foi uma alegria só, morar em cidade pequena tem suas vantagens: pega-pega, esconde-esconde, taco, queimada e muitas outras brincadeiras na rua, sem medo, sem muita preocupação.
Para entrar na adolescência tive até um ritual de passagem. 15 casais, 03 valsas, uma festa de gala e muitas espinhas pelo rosto. Sempre fui tachada de CDF, menina tímida que só pensa em estudar que fui (sou?) vesti a carapuça, passei boa parte dos meus 15 aos 18 enfiada nos livros ou na natação. Até que entrei na faculdade.
Sempre tive um espírito livre, uma vontade de desbravar o mundo, sabe? Então, eu não tinha idéia para qual faculdade iria, mas tinha certeza que UNITAU eu não faria, e não é nem por méritos de ensino, simplesmente porque eu queria sair de casa.
E assim fiz. Quatro anos de PUC que mudaram a minha vida. Muita coisa aconteceu nesse tempo, aprendi com os meus tombos a caminhar com minhas próprias pernas. Acho que dividir casa com pessoas desconhecidas foi o mais difícil. Adequar as vontades, necessidades, diferenças e maus humores foi tarefa árdua, mas valeu a pena.
Saí da faculdade e o primeiro “e agora?” mais real apareceu. Não que as outras fases tenham sido fáceis, pelo contrário, ficar menstruada aos 11 foi um choque, escolher o que eu iria estudar e aonde eu iria também foi difícil. Mas, durante esses períodos minhas decisões eram mais reflexos do que minha mãe “mandava”. A faculdade foi um marco, uma mudança, um amadurecimento, foi a primeira vez que eu estava literalmente sozinha.
Os primeiros dias foram difíceis e quando eu estava acostumada com a rotina tudo acabou. Estágio chegou ao fim, salário deixou de existir, TCC entregue e diploma na mão. E agora? Procurar emprego seria a resposta mais óbvia. Mas, se você me conhece sabe que de óbvia não tenho nada! Eu fui é desbravar o mundo, mais precisamente a Europa.
Suspirando eu digo: foram os 02 melhores anos da minha vida. Mesmo com as mordidinhas do Oliver, os três empregos num dia só, a neve e as divergências. Tudo isso contribuiu para eu ser quem sou.
Viajei. E como viajei! Conheci lugares memoráveis, pessoas incríveis e, o mais importante, conheci um pouquinho mais de mim mesma. Uma quarta Natália pra esse blog. Será?
Esse ciclo também se fechou e eu me vi novamente com a dúvida cruel na cabeça. E agora? Só de pensar em recomeçar me dava preguiça. Procurar emprego, morar em casa. Tudo isso me parecia voltar no tempo, andar pra trás. Mas não é. Os ciclos têm de fechar para que algo novo aconteça. Os pontos finais são importantes não só nos livros, mas na vida também.
Os primeiros passos são difíceis e levam certo tempo. Confesso que viver 06 meses as custas do pai e da mãe não estavam nos planos, mas até que foi divertido ter a mordomia de volta. Roupas limpas, casa arrumada, comida na mesa, nada como a casa da mamãe, não é? Quem tem que fazer essas tarefas domésticas sabe que é um verdadeiro porre.
Aí veio 2012 e com ele novas perspectivas, um novo emprego, uma rotina diferente, metas e mudanças. Um novo ciclo que se abre. E eu estou pronta pra desbravar mais um pouquinho desse mundo. Vem com tudo, 2012!
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