Eu não estava em São Paulo durante as manifestações. Da mesma forma, eu não estava presente quando a ditadura perseguia àqueles que expressavam sua opinião. Mas, mesmo assim me solidarizo com a causa em ambos os casos e, mais ainda, com todos aqueles que, mesmo enfrentando os riscos que uma polícia fascista oferece, estão lá lutando por aquilo que acreditam, por aquilo que todo o povo brasileiro deveria acreditar.
Não é um simples aumento de 0,20 centavos. Muito menos é uma tentativa de se promover politicamente. São estudantes, professores, metalúrgicos, faxineiros, ou seja, são trabalhadores indignados com o rumo com que esse país está tomando.
Sinto-me envergonhada de ser brasileira, de ver que a polícia, que supostamente deveria proteger, está ali para bater, castigar e oprimir. Seguindo ordens? E o livre arbítrio de simplesmente negar quando nos é passado uma tarefa que ultrapassa os limites éticos? Eles precisam aprender a dizer não.
A manifestação, por qualquer motivo que seja, é digna. Vivemos numa democracia ou não? Qualquer cidadão tem o direito de discordar e mostrar sua opinião. E quando a opinião não é de um, mas de milhares significa, no mínimo, que alguma razão eles têm.
A juventude tem força. Pessoas reunidas, em massa, mostram sua força nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro. Enquanto os ditos baderneiros levantam os braços, clamam pelo fim da violência e jogam flores nos policias, esses respondem com balas de borracha, sprays e porradas. Gentileza deveria gerar gentileza.
A mídia, que deveria ser imparcial e se ater aos fatos, está claramente mostrando apenas uma versão e dando manchetes que colocam os manifestantes como arruaceiros. Mas, graças aos avanços tecnológicos, a grande mídia não é a única fonte de informação. Blogs, vídeos, facebook, twitter, e demais recursos midiáticos ganham cada vez mais força e desmentem, em questões de segundos, os que os grandes veículos publicam como verdade absoluta.
Seria no mínimo interessante se todos os movimentos se unissem nesse momento e, com o apoio da própria policia, gritassem não só contra o aumento da passagem, mas contra a porcaria que esse país está se tornando. Preocupa-se muito com a copa das confederações, copa do mundo e olimpíada e esquece-se que o Brasil precisa se desenvolver não por causa desses eventos, mas porque o povo merece.
Quero deixar registrada minha solidariedade para com todos àqueles que saem de suas casas e unidos tentam lutar por um Brasil melhor. Registro também minha indignação em relação a violência gratuita praticada pela polícia e em relação as prisões descabidas, em especial dos jornalistas e amigos. #força
Estive lá ontem e fiquei comovida: com o quão pacífica a manifestação estava ocorrendo, e com o quão truculenta, covarde e perversa a polícia agiu.
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