quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Who are você?

Eu estou com uma sensação de que não sei mais o que é inglês e o que é português. As vezes eu misturo as palavras, falo frases em português para quem não entende e me explico em inglês porque “é mais fácil”.
Não sei se isso acontece com todos os brazucas que vivem no exterior, mas eu sinto como se não precisasse mais pensar para interpretar o idioma. As vezes até me pego conversando comigo mesma in english.
Andar pelas ruas fofocando com os meus botões sempre foi um costume meu, mas não achei que faria isso em inglês. Pois é, eu faço! Sinais de trânsito, placas publicitárias, comerciais de tv, tudo ficou mais fácil agora que já estou no meu quarto mês de intercambista.
A verdade é que o processo de tradução já se tornou um hábito. Portanto, eu assisto filmes, séries de tv, jornal e não me preocupo com cada palavra no singular mas sim, presto atenção no contexto. No final das contas, eu entendo o enredo e até rio de algumas piadas.
Esses dias eu estava assistindo tv na sala e soltei um comentário em português. Estavámos, eu e a mãe, vendo The X-Factor que eu imagino ser um American Idol europeu, quando um participante entrou no palco com uma galinha na cabeça e cantando algo que parecia um rap desafinado.
A apresentação por si só foi engraçadissima e, claro que o ser levou “não”de todos os jurados. Bom, na hora que eu percebi que o cara estava pagando o maior mico eu virei para a mãe e disse: “Ele só pode estar zuando, não é possível que ele ache que vai ganhar”. Ela me olhou estranho, não respondeu nada e demorou mais alguns minutos para cair a ficha de que eu tinha falado com uma polonesa em português.
Quando me dei conta da gafe, meio sem graça, falei de novo: “Ai desculpa, as vezes é automático”. Pois é, falei em português DE NOVO! Caramba, eu tinha raciocinado em inglês, eu juro! Bom, na sequência já emendei um “i’m so sorry...” A minha trágica comunicação só não foi mais engraçada do que a galinha na cabeça do cara na tv.

Um comentário:

  1. Olá, Natália.
    Antes de mais nada, obrigado por suas palavras tão gentis para este pobre marquês.
    sobre a sua postagem, eu nunca morei fora do Brasil, mas acredito que seja bastante comum a pessoa começar a confundir a língua nativa com a que tem como berço.
    Minha irmã mora fora do Brasil há muitos anos e já esqueceu muitas palavras em português.
    Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

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