sábado, 29 de agosto de 2009

Natália, Who?

Se antes mesmo de cruzar o oceano eu já achava que haviam três pessoas dentro da minha cabeça. Imagina agora?!

Tive notícias de alguns amigos que voltaram da Irlanda para o Brasil por esses dias e se acham verdadeiros “peixes fora d’água” em sua própria nação. O medo veio gritar aqui dentro de novo. Como vai ser quando eu voltar?

Tirei algumas horas do meu dia para pensar. O que foi muito melhor do que dar atenção para o pequeno capeta Oliver, diga-se de passagem. Bom, ainda não cheguei a conclusão alguma sobre a minha pessoa. Mesmo porque meus destinos ainda estão indefinidos.

Mas, essa piração de “não pertencer mais de onde saiu” é algo muito mais real do que eu imaginava. Dei uma sondada pelos fóruns e blogs nos quais a opinião é a mesma: quando você sai do Brasil tende a voltar outra pessoa. Não que você renasça e construa uma nova personalidade e um novo caráter, mas você muda os pontos de vista sobre diversos assuntos.

Uma amiga muito querida já havia me falado de um filme sobre a vida de Jean Charles, aquele brasileiro que foi assassinado no metrô de Londres em 2005. Eu ainda não vi o filme, mas ela afirmou ter certeza de que eu voltarei para o Brasil “muito grande para caber na pequena Taubaté” assim como a prima do Jean conta no longa. Ela me conhece o suficiente para dizer isso.

Pirei um pouco. Será? Comecei a divagar: “Quem sou eu?”; “O que eu estou fazendo aqui?”; “O que eu quero da minha vida?”.Well, eu sou só uma recém-formada meio perdida, sem muitas respostas. Acredito que de uma dúvida a outra eu vou encontrando o meu caminho. Assim espero.

Depois dessa analise toda já consigo enxergar algumas mudanças. Ou melhor, não são mudanças, são provas do meu crescimento como pessoa. Algumas situações que me deixariam, literalmente no chão, hoje já não me incomodam a esse ponto. Consigo rir até mesmo das minhas desgraças.

Meus planos são voltar pro calor do meu Brasil em janeiro. Até lá muita coisa ainda vai rolar. Mas, com certeza, minha família e meus amigos terão de conhecer uma nova Ná. Pode ser que eu volte gostando de queijo e odiando Marisa Monte (duvido muito! Rs).

Pode ser que eu queira desistir do jornalismo e virar hippie. Ou ter um filho por minha conta. Ou ainda morar em Florianopolis, de frente para o mar, com um apartamento só para mim.

São tantas opções. Tantos “se’s” jorrando que eu fico meio perdida. Estou me dando o direito de olhar, olhar e olhar antes de optar. Tenho sonhos, desejos, aflições, alguns planos, poucas certezas e nenhuma bloa de cristal.

2 comentários:

  1. Ninguém passa pela experiência de viver um tempo num país desenvolvido impunimente. Quando a gente viaja e volta, já sente uma diferença. Gostaria de dizer que o Brasil tenha melhorado durante a sua ausência, mas infelizmente... Mesmo assim, espero que o choque não seja tão grande.
    Pretendo conhecer a Irlanda em 2011. Depois vc me dá umas dicas.
    bj

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  2. Nat,
    eu vi o filme e achei sensacional, como tudo em que o Selton atua....mas a verdade e, nossos conflitos internos sempra andam junto com a gente...nao se preocupe, tb estou com o mesmo medo. Eu que so vivia reclamando da Irlanda hoje penso em ir embora daqui uns 3 meses ja to com o coracao na mao...Vou deixar a Irlanda ? Agora que to bem ?? Mas perai, bem fazendo sanduiches, longe do nosso calor, familia, amigos ??
    Eu tb estou perdido....mas o fato e...recomecar sempre e bom, seja aqui ou no Brasil.
    Se der errado a gente volta....se cuida, bjos

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