segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Divino vem aí


Que eu amo São Luis do Paraitinga não é novidade pra ninguém e que eu escolho passar o carnaval por lá muito menos. Pois bem, esse final de semana começou a Festa do Divino Espírito Santo na cidade e essas duas semanas de festa me trazem algumas – várias – lembranças.

Tenho uma vaga recordação de quando meu avô foi festeiro e aquela bandeira vermelha ficava rodando pela casa. Lembro que nesse ano a família alugou uma casa na cidade (meu avô mora na zona rural, pra quem não sabe) pra ficar mais perto da festa, afinal a família dos festeiros tem muita coisa pra fazer.

Lembro dessa casa. Sabe quando fechamos os olhos e algumas imagens vêm a cabeça? Então eu fecho, forço e tento lembrar dos detalhes, mas só lembro dos corredores compridos, do chão de madeira e de um constante barulho que mais parecia um gato miando, e era essa a intenção com o “apito” que meu irmão usava.

Quando, eu já crescidinha, decidi fazer meu TCC sobre a cidade não tinha a noção do trabalho que isso daria. Minha idéia era só colocar meu avô na frente de uma câmera e deixar ele falando, contando causos, depois, na edição, eu colocaria uma meia dúzia de imagens.

São Luis me mostrou mais. Cobrou de mim mais empenho, mais pesquisa, mais participação. Nada que eu via ali era novo. Era cativante, mas corriqueiro pra mim. A Vi se juntou a mim no começo do projeto e me fez enxergar que pro povo lá da capital isso é tudo muito novo e valeria a pena dar mais espaço para essa história.

Pois bem, decidimos começar nosso documentário pela Festa do Divino e eu fui olhando com outros olhos a comilança do Afogado, a procissão, o povo que acorda as 5h00 e sai pelas ruas cantando a alvorada festiva, as apresentações de congadas, Moçambique e dança de fitas, a cavalhada, a fé.

E é bonito. Nos dias de festa parece que São Luis cria uma vida diferente. Se enfeita, se pinta, alegra e recebe os festeiros com carinho. O povo é sempre receptivo e as manifestações populares se misturam aos amantes da cultura caipira tentando um espaço pra foto, vídeo e festa.

A festa desse ano tem como festeiro a família Frade, ou seja, são eles os responsáveis por arrecadar as prendas para que a festa aconteça. No próximo final de semana tem a distribuição do afogado que, muito além de “boca-livre” é uma demonstração de fé, e a preparação daquela comilança toda uma imagem que marca.

Você conhece a Festa do Divino? Quem nunca foi tem que ir pela primeira vez e quem já foi vai de novo, que vale a pena.

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