terça-feira, 8 de maio de 2012

Sobre vozes e sotaques

Certo dia, escrevendo um texto pro Portal interno, precisei ligar pra alguém e pedir um depoimento sobre o evento em questão. A pessoa escolhida eu só conhecia de vista e a voz que atendeu do outro lado da linha foi de tremer o coração.

Vai dizer que você nunca falou com alguém pelo telefone e ficou imaginando quem seria o dono (a) daquela voz? Pois é, esse som que sai da boca de – quase - todo mundo é cartão de visitas sim.

Muitas vezes alguém te chama de longe e você, sem ver, já identifica quem é. E quando um número desconhecido te liga e você ouve aquele “oi”. Batata, o sorriso é inevitável.

Quando eu decidi ir pra Dublin muitas pessoas me alertaram: “o sotaque deles é difícil”. E foi. E, mais incrível ainda, um país tão pequeno como a República da Irlanda tem diferença de sotaque de norte a sul. E eu que achava que essa diversidade toda só acontecia no Brasil.

Dublin era (ainda deve ser) o refugio dos brasileiros. Acho que no centro da cidade morava (moram) mais brazucas do que irlandeses. E foi ali que eu aprendi a conviver com os sotaques.

Imagina um baiano falando inglês. Cômico. Eu tinha amigos mineiros, gaúchos, baianos, cariocas, paulistas, nordestinos. E quando essa turma se juntava era um tal de “esse trem é bom, tchê” e festival de comida.

E viva as diferenças. Viva o mineirinho enrolado, o carioca exxxxperto, os manos paulistas, o sossego baiano e o churrasco gaucho. Viva a voz rouca da minha avó, a voz mole da minha afilhada e aquela do amigo do começo do texto que só de lembrar já tira o folego. Viva e pronto.


E Viva Dublin só pra não perder o costume, rs


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